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 EDUCAÇÃO & LITERATURA

JOSUÉ GERALDO BOTURA DO CARMO

ESPAÇO CONSTRUCIONISTA

 Josué Geraldo Botura do Carmo[1]

Dez.2003

O computador em rede vai possibilitar a participação de várias pessoas no processo comunicativo, com interatividade. Esse espaço colaborativo é que vai propiciar o processo de aprendizagem, através da construção social do conhecimento, onde todos compartilham o que sabem, valorizando dessa forma o universo do conhecimento prévio, as experiências pessoais, as linguagens, as estratégias e as culturas de cada um, respeitando as diversidades e as diferenças, os estilos e os ritmos de aprendizagem de cada um, suas histórias pessoais e trajetórias sociais, sem hierarquias.  

Partindo do pressuposto de que o processo de construção e produção do conhecimento é social, esse espaço coletivo vai propiciar o encontro com os argumentos dos outros e a construção do conhecimento. Aprenderemos de forma natural a formulação, compreensão e aplicação de conceitos, estimulando a capacidade de análise e síntese, desenvolvendo capacidades de tomar decisões, com flexibilidade e criatividade.

Nesse ambiente a linguagem oral, a linguagem escrita e a linguagem cibernética[2] se encontram em prol da construção do conhecimento. Na linguagem cibernética, que é a linguagem do hipertexto, temos possíveis caminhos de navegação entre múltiplos textos de diferentes estilos e diferentes opiniões sobre um mesmo assunto. A escrita nessa modalidade é vista como um processo de construção dinâmico, como o da fala, estimulando o pensamento telegráfico, maleável, não linear e cooperativo, que vai diminuir a distância entre o autor e o leitor: a essa participação é que chamamos de interatividade. 

As novas tecnologias da informação e da comunicação rompem com as barreiras do tempo e do espaço, possibilitando a comunicação à distância e em tempo real de múltiplos sujeitos geograficamente dispersos, permitindo a implementação de formas novas e mais complexas de interação social. Somos ao mesmo tempo receptores e emissores, produtores e consumidores de mensagens.
Esses espaços de aprendizagem devem estar abertos às inovações metodológicas que favoreçam o exercício da reflexão, que promovam a necessidade de busca ativa e compartilhada de saberes , reconhecendo o caráter social da produção do conhecimento. Essas atividades devem acontecer de forma interdisciplinar, pois um mesmo conceito em ambientes diversos e em diferentes ocasiões e ainda a partir de objetivos distintos pode favorecer a construção de representações múltiplas e flexíveis desse conceito ampliando a sua aplicabilidade às diferentes situações da vida real, relacionando o conhecimento com as questões de poder dentro da cultura e da política. O conhecimento nessa perspectiva é fruto da ação do sujeito a partir de suas preocupações cotidianas, dentro de um contexto com base nos interesses humanos, de acordo com as condições históricas e sociais.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BRAGA, Denise. DE SORDI, Mara. DIAS, Maria Helena Pereira. LIESENBERG, Hans. PINO, Angel. PINO, Ivany. Bases preliminares para um ambiente colaborativo de aprendizagem. 

<www.lite.fae.unicamp.br>

Acessado em 22.12.03