CONTOS ZEN (ANÔNIMOS) | ||||||||||||||||||
EDUCAÇÃO & LITERATURA JOSUÉ GERALDO BOTURA DO CARMO
|
Conta um conto zen, que “estava um homem sentado no alto de um monte enquanto três outros, lá embaixo, discutiam o que estaria ele fazendo lá em cima. O primeiro disse: - Acho que ele perdeu algum animal, e está procurando-o. - Não creio, - falou o segundo – se ele estivesse procurando algum animal, ele não estaria parado, estaria em movimento. O mais certo é que ele esteja esperando um amigo. - Também não - apostou o terceiro – se ele estivesse esperando um amigo ele estaria olhando de um lado para o outro, com ar de quem procura. Na minha opinião ele deve estar meditando. Os três subiram ao alto do monte para indagar ao homem: - O senhor está procurando algum animal? – perguntou o primeiro. - Não. – respondeu o homem – eu não tenho nenhum animal, e por isso não poderia estar procurando animal algum. - Já sei – disse o segundo – está esperando algum amigo, não é? - Não. Não tenho amigos e nem inimigos – retrucou o homem. - Não disse? – interveio o terceiro – você está meditando, não está? - Não. – falou o homem. - O que está o senhor fazendo, então? - indagaram os três. - Nada. – respondeu o homem”. * Um viajante, passando pela casa de um Rabi, perguntou admirado: - Onde estão os teus móveis? A que o Rabi respondeu, perguntando: - E os teus? - Mas eu...retrucou o viajante, estou só de passagem. - Eu também – respondeu o Rabi. * - Eu sou um homem muito rico, tenho casa com piscinas. - Tenho também porcos e galinhas. - Mas eu, tenho piscinas dentro de casa. - Eu também... tenho porcos e galinhas dentro de casa. * CERTA VEZ INDAGARAM A UM ILUMINADO: - O QUE O SENHOR FEZ QUANDO ALCANÇOU A ILUMINAÇÃO? - NADA – RESPONDEU O ILUMINADO – TOMEI UMA XÍCARA DE CHÁ. * Vivia em uma aldeia um monge chamado Hakuim que era respeitado por todos os moradores do lugar. Certa vez uma moça da aldeia ficou grávida e disse que o filho era de Hakuim. Os pais da moça foram à sua casa e o destrataram brutalmente. A que Hakuim disse apenas: - É mesmo? Todos os moradores da aldeia se revoltaram contra ele e começaram a agredi-lo com xingamentos grosseiros e jogando-lhe pedras quando ele passava pelas ruas. Quando a criança nasceu os pais da moça voltaram à casa de Hakuim e entregaram-lhe o filho. Hakuim apenas disse: - É mesmo? O monge acolheu a criança cuidando dela com todo o carinho, pedindo esmolas para comprar o leite para o menino e desdobrando-se em atenção com o pequeno. Um ano havia se passado e a moça aflita com aquela situação resolveu revelar a verdade, dizendo que o verdadeiro pai não era Hakuim e sim o açougueiro. Os pais da moça voltaram envergonhados à casa de Hakuim, explicaram-lhe toda a verdade, desculpando-se, e pediram a criança de volta. Hakuim escuta toda a história atento e devolve-lhes o menino dizendo: - É mesmo? * Conta uma antiga lenda que, na Idade Média, um
homem muito religioso foi injustamente acusado de ter assassinado uma
mulher. * NEM ÁGUA NEM LUA Por anos e anos, a monja Reiko estudou, sem
conseguir chegar à Iluminação. Uma noite, estava ela a carregar um velho
pote cheio de água. Enquanto caminhava, ia observando a imagem da lua
cheia refletida na água do pote. De repente, as tiras de bambu que
seguravam o pote inteiro partiram-se e o pote despedaçou-se. A água
escorreu e o reflexo da lua desapareceu... e Reiko iluminou-se. |