EDUCAÇÃO & LITERATURA |
TRADUTORES AUTOMÁTICOS Josué Geraldo Botura do Carmo[1] Janeiro/2004 |
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JOSUÉ GERALDO BOTURA DO CARMO
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“A TA é um dos problemas interdisciplinares mais profundos na história da pesquisa científica”. Tucker Foi no início da década de 50 do século passado que, segundo a autora, inicia-se um novo campo de investigação científica de natureza multidisciplinar envolvendo a Psicologia, a Filosofia, a Teoria da Informação, a Inteligência Artificial (IA), a Matemática, a Neurologia, cujo objeto de estudo é a mente como processador de informações. A Lingüística Computacional (LC), também conhecida como Processamento de Linguagem Natural (PLN) é uma conseqüência das pesquisas em Inteligência Artificial (IA) que é uma ciência que resulta de métodos programados em computador, que simulam atividades mentais humanas. A LC vai estudar os sistemas computacionais usados para a compreensão e a geração de linguagem natural. É uma interseção entre a Lingüística e a Computação, trabalhando com a razão e a lógica. O grande elo entre essas duas disciplinas é a Lingüística Formal de Noam Chomsky que afirma que a competência lingüística do falante de uma língua pode ser descrita em termos de um número finito de regras ou princípios lingüísticos capazes de gerar um número infinito de frases nessa língua e de eliminar um número infinito de frases consideradas agramaticais. A principal área de aplicação da LC será o Processamento de Textos, que vai viabilizar o desenvolvimento de Tradutores Automáticos, Corretores Gramaticais e de Sistemas de Pergunta e Resposta. A Tradução Automática (TA) é um dos domínios da LC que mais envolve conhecimento lingüístico, pois vai codificar informações de uma língua para outra. O desenvolvimento da
TA se deve ao grande interesse de americanos e ingleses, durante a época
da Guerra Fria de decifrar informações científicas soviéticas. Booth e
Warren Weaver, de nacionalidades inglesa e americana respectivamente,
desenvolvem uma calculadora científica com dados suficientes para realizar
uma tradução palavra por palavra, sem considerar questões sintáticas ou de
ordem lexical. Podia-se dessa forma ter acesso à tradução de uma lista de
palavras-chave de determinado texto, e assim ter uma idéia de seu
conteúdo. Em 1948 o inglês Richens introduz nessa mesma máquina
informações de caráter gramatical e sintático da língua russa, que vai
propiciar uma maior eficiência na consulta automática. Em 1948 Richens
introduz nessa mesma máquina informações de caráter gramatical e sintático
da língua russa, que vem propiciar uma maior eficiência na consulta
automática. No ano de 1954 houve, na Universidade de Georgetown, a primeira experiência bem sucedida de TA entre o russo e o inglês realizada por um computador. O vocabulário continha 250 palavras e seis regras sintáticas de acordo com Alfaro[2] (1998), segundo a autora. Com a criação da Comunidade Econômica Européia, na década de 80, há uma retomada de interesse pela TA, devido à explosão de informação e ao desenvolvimento e estabelecimento de teorias no âmbito da Lingüística Formal, com grande investigação semântica, ao processamento informatizado de línguas naturais com base em gramáticas de análise e de geração, segundo Alfaro (1998), de acordo com a autora. Assim o campo da IA, principalmente no tocante a LC e mais especificamente a TA, passa a receber apoio principalmente de países europeus. Os objetivos agora eram desenvolver aplicativos computacionais que auxiliassem a tradução e programas de TA que previssem a intervenção humana. Estes programas hoje
são medidos pela quantidade de pré e pós-revisão requerida. É considerado
como aceitável um programa cujo índice de revisão posterior seja menor do
que 20%, ou seja, uma correção a cada cinco palavras. E em muitos casos o
sistema pode ir sendo melhorado com o uso, conforme o tradutor humano vai
adquirindo prática na otimização do sistema, vai aprendendo a reconhecer
os erros típicos da TA. Temos nos dias de hoje tradutores automáticos com capacidade de aquisição lexical como o Globalink Power Translator Pro® (1995), que é um software de tradução multilígüe inteligente, o que significa que o usuário pode acrescentar informações ao seu banco de dados, mas isso não isenta a necessidade de uma pós-edição, de uma intervenção humana no resultado final da TA. Em 1999, foi introduzido no mercado o Delta Translator®, um tradutor bilíngüe entre a língua inglesa e uma segunda língua. O fato de este tradutor realizar a tradução somente entre duas línguas ele vai ter um banco de dados mais compacto, pois lida somente com o léxico de dois idiomas e menos regras gramaticais e sintáticas de correspondência entre as línguas. Contudo necessita também da pós-revisão humana no final da TA. Esse programa possui também um dicionário de palavras e um dicionário de expressões, que podem ser otimizados pelo usuário, e ainda, uma função de voz, incluindo a possibilidade de se ouvir o texto original e a tradução, que auxilia também na aprendizagem da pronúncia das línguas e é uma ferramenta de grande auxílio para os deficientes visuais. Dispõe ainda de um assistente sintático-semântico que resolve casos de ambigüidades categorial de itens lexicais. Esses
tradutores eletrônicos podem auxiliar muito tanto tradutores profissionais
como leigos em seus trabalhos de tradução, contudo não podemos nos
esquecer que necessitam de uma revisão humana, antes, durante e após a
tradução, não dispensando uma interação humana especializada. GARRÃO, Milena de Uzeda. (PUC-Rio) Tradução automáticaainda um enigma multidisciplinar. <http://www.filologia.org.br/vcnlf/anais%20v/civ11_05.htm> Acessado em11 de janeiro de 2004 Bibliografia Recomendada
[1] Pedagogo com habilitação em Administração Escolar de 1. e 2. graus e Magistério das Matérias Pedagógicas de 2. grau. Professor Facilitador em Informática Aplicada à Educação pelo PROINFO - MEC - NTE - MG-2
[2]
ALFARO, C. Descobrindo, Compreendendo e
Analisando a Tradução Automática. Monografia de Fim de Curso de
Especialização em Tradução Inglês/Português, PUC-Rio, 1998. |