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EDUCAÇÃO & LITERATURA

 

HACKER

Josué Geraldo Botura do Carmo[1]

fevereiro/2004

JOSUÉ GERALDO BOTURA DO CARMO


 

 

 

 Hacker seria aquele ou aquela com aptidão técnica e com prazer em resolver problemas e superar limites. São eles e elas que formam uma comunidade, uma cultura compartilhada, de programadores/as experts e gurus de rede. Essa comunidade vem sendo construída há décadas, desde os primeiros microcomputadores de tempo compartilhado e os primeiros experimentos da ARPAnet. Foram eles que construiriam a Internet, que fizeram do sistema operacional Unix o que ele é hoje, são eles que mantêm a Usenet e que fazem a World Wide Web funcionar.  

Primeiro precisamos ter em mente que hackers não são aquelas pessoas que se divertem invadindo computadores e fraudando o sistema telefônico, esses são chamados de crackers pelos hackers. Os crackers são tidos como preguiçosos e irresponsáveis pelos hackers. A diferença fundamental entre hackers e crackers é que os primeiros constroem e os segundos destroem. Os hackers resolvem problemas e constroem coisas, acreditam na liberdade e na ajuda mútua voluntária. 

Ser hacker é muito divertido, mas necessita de muito esforço. Para ser um hacker é preciso ter uma satisfação básica em resolver problemas, afiar suas habilidades e exercitar sua inteligência e acreditar na sua capacidade de aprender. Precisamos ter em mente que o tempo de pensamento é precioso e por isso devemos compartilhar informação, resolver problemas e dar as soluções, para que outros possam resolver outros problemas a partir do resultado do nosso problema. Os hackers são naturalmente anti-autoritários, porque o autoritarismo sufoca a criatividade. As pessoas autoritárias prosperam na censura e no segredo e desconfiam da cooperação voluntária e do compartilhamento de informação. São pessoas que necessitam controlar a informação. O hacker é hostil à censura, ao segredo, ao uso da força e à mentira. Além dessas atitudes o hacker precisa ser inteligente, prático, dedicado e persistente. Aprecia a competência em habilidades que envolvam agudeza mental, perícia e concentração.  

Para ser um hacker você precisa aprender  as várias linguagens de programação e aprender a pensar sobre problemas de programação de um modo geral, independente de qualquer linguagem. O hacker é antes de tudo um autodidata.

“Aprender a programar é como aprender a escrever bem em linguagem natural. A melhor maneira é ler um pouco dos mestres da forma, escrever algumas coisas, ler mais um monte, escrever mais um monte, ler mais um monte, escrever... e repetir até que seu estilo comece a desenvolver o tipo de força e economia que você vê em seus modelos.” (RAYMOND)

O passo mais importante que um novato deve dar para adquirir habilidades de hacker é instalar uma cópia do Linux ou de um dos BSD-Unixes, em um PC, e rodá-lo, ler o código, e modificá-lo. Você terá ferramentas de programação (incluindo C, Lisp e Perl) melhores do qualquer sistema operacional da Microsoft pode sonhar em ter, se divertirá, e irá absorver muito conhecimento.

Na cultura hacker você ganha status e reputação não por dominar outras pessoas, nem por ser bonito, nem por ser rico, mas sim por doar coisas, especificamente por doar seu tempo, sua criatividade e os resultados de sua habilidade. Os maiores hackers são aqueles que escrevem programas grandes, competentes, que encontram grande demanda, e que os distribui a todos os que podem e querem usar. 

Para ser um hacker você precisa escrever programas que outros hackers achem divertidos e úteis, e dar o código-fonte para que toda a cultura hacker use. São os software “open-source”.  Há aqueles também que ajudam na depuração e aperfeiçoamento desses "open-source”. Outro trabalho importante é coletar e filtrar informações úteis e interessantes em páginas da Web e disponibilizar ao público. 

São algumas atitudes ligadas de uma maneira básica à essência hacking: Ler e assistir a ficção científica;  praticar Zen ou artes marciais, pois é importante o equilíbrio e a disciplina mental; desenvolver o ouvido analítico para música; desenvolver a apreciação de trocadilhos e jogo de palavras; aprender a escrever bem a língua nativa. São atividades que trabalham o lado esquerdo e direito do cérebro, dando capacidade de raciocínio lógico e ilógico.

 

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

RAYMOND, Eric S. Hacker Howto.

Tradução para o português de Rafael Caetano dos Santos. Como se tornar um Hacker

<http://www.linux.ime.usp.br/~rcaetano/docs/hacker-howto-pt.html>

Acessado em 24/2/2004

[1] Pedagogo com habilitação em Administração Escolar de 1º e 2º grau e Magistério das Matérias Pedagógicas de 2º grau. Professor Facilitador em Informática Aplicada à Educação pelo PROINFO - MEC - NTE-MG2