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EDUCAÇÃO & LITERATURA

 
JOSUÉ GERALDO BOTURA DO CARMO

Josué Geraldo Botura do Carmo[1]

Fevereiro/2011

No ano de 1999, várias salas de informáticas na linha do Proinfo foram inauguradas na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Participaram desse projeto junto ao Núcleo de Tecnologia Educacional da 1ª SRE/BH – NTE/MG2,   uma média de vinte escolas dentre estaduais e municipais. O objetivo era implantar, organizar e fazer funcionar o NTE da Região Metropolitana, capacitando os facilitadores (média de 2 professores por escola)  e companhando os Projetos Educacionais relativos à informática aplicada à educação nessas unidades de ensino.

O poder público construiu salas ou adaptou-as, com rede elétrica e lógica de acordo com orientações do MEC, assim como os móveis necessários para recebimento das máquinas. E  coube aos professores facilitadores o repasse dos módulos referentes a informática aplicada à educação  aos demais professores da escola em que atuavam.

Vários foram os problemas que o referido projeto encontrou pelo caminho de sua implantação: computadores roubados, falta de assistência técnica, diretores que não tinham simpatia por computadores, professores reagindo ao novo, às vezes com medo de serem substituídos pela máquina, falta de estrutura da escola para se trabalhar com outros espaços, senão a sala de aula estanque; contudo algumas salas de informática ainda conseguiram sobreviver, embora algumas intactas, funcionando apenas como cartão de visita, outras em pleno funcionamento até hoje, mas com os mesmos onze computadores de dez anos atrás, com 3 GB de HD, 64 de memória RAM no administrador, e 32 de memória RAM nos demais computadores, e funcionando com o sistema operacional Windows 98, já considerado obsoleto pela Microsoft. Nada é atualizável, nem mesmo o antivírus, porque empresa nenhuma faz atualização para o Windows 98. A internet é discada, e funciona somente no administrador do sistema, porque com a falta de potência das máquinas e internet discada, não há possibilidade nenhuma de se trabalhar com a internet em rede, cai a conexão a todo momento. Quanta limitação!

Desde meados do ano passado chegou-nos a notícia de que receberíamos novas máquinas, no mês de agosto, após o recesso de julho, nada. No mês de fevereiro após as férias de janeiro, nada. E não temos nenhuma posição, ninguém sabe, ninguém sabe, ninguém viu. Começamos o ano de 2011 trabalhando novamente com as mesmas limitações. Máquinas pouco potentes, sem muitos recursos, com pouca memória, com pouco espaço em HD, sem multimídia, selecionando e salvando páginas na internet para que nossos estudantes possam lê-las na rede, sem possibilidade de interatividade. E ninguém sabe por que a educação não avança em nosso país. Outro dia ouvi e vi no canal da Globo News um jovem economista neoliberal que defendia que a educação não necessitava de mais recursos financeiros, e que o problema não estava na valorização do pessoal da educação. Contudo ele dava a receita para resolver todos os problemas da educação: passar lição de casa, e corrigi-las. Simples, não é?