Josué Geraldo Botura do Carmo[1]

Maio 2011

Vivemos um momento de transição e transformação, um período pré-paradigmático. Deslocamo-nos da cultura modernista do cálculo para a cultura pós-moderna da simulação. Do raciocínio lógico para a intuição que é a capacidade interior de perceber possibilidades. Esperamos com Habermas que a razão saia do invólucro instrumental, deixando de ser instrumento de dominação, poder e exploração, em favor de ações comunicativas alicerçadas na interatividade por meio da linguagem.  É uma revolução científica, novos métodos, novas técnicas, novos instrumentos de investigação, novas crenças e novos valores. Formas inéditas de ver e viver no mundo. Precisamos descondicionar o olhar.

A pesquisa pedagógica além do empirismo da observação da sala de aula, ela pode recorrer a estudos históricos, antropológicos, sociológicos e outros. O objeto de estudo é a sala de aula em uma visão mais ampla dentro da escola. Essa reflexão através da análise e interpretação do fenômeno vai contribuir para um ensino-aprendizagem de melhor qualidade.  O objetivo é compartilhar conhecimentos e experiências e desenvolver competências e autonomia, através da realidade cultural, econômica e política. Possibilitar a convivência na sala de aula com a diversidade, com novas formas de avaliação e compreensão da realidade social. Nesse processo o professor é um aprendiz, um mediador e um facilitador de processos educativos, valorizando hipóteses e experimentos. Essa experiência pode vir a solicitar um redesenho da sala de aula e da escola, tanto no campo físico como no estrutural e organizacional.

A pesquisa pedagógica envolve todo um processo de observação empírica da sala de aula, a reflexão do observado e vivenciado, a documentação dessas experiências, e deve basear-se em teoria, contemplar as diversas áreas do conhecimento. Ela  possui todas as características das demais pesquisas, sendo um meio de construção do conhecimento.

E é de fundamental importância que essa pesquisa seja sistematizada em projeto: escolher um tema que deve ter a sua delimitação, ter clara a sua justificativa do porquê a escolha do tema, levantar hipóteses, eleger objetivos, apresentar de forma clara o detalhamento do seu desenvolvimento, explicitar o processo de coleta de dados, descrever como será efetuada a análise e interpretação dos dados, e por fim elaborar um relatório que contemple todas esses quesitos.

O currículo não se esgota nas dimensões físicas de sala de aula, e isso é muito claro, hoje, para todos aqueles envolvidos com o processo de ensino-aprendizagem. A internet, livros, revistas, jornais, filmes, etc. Tudo isso vem a complementar o currículo e vai até mesmo além do currículo formatado pela escola. A escola precisa repensar o seu currículo, o seu tempo, o seu espaço, a sua estrutura física e organizacional. E isso faz tempo que falamos e ouvimos falar, e muito pouco se tem feito. Passamos horas de nossas reuniões discutindo disciplina, métodos e técnicas de ensino, não se fala em desmontar a estrutura espacial e organizacional. Nessas não se toca. E a escola continua selecionando, excluindo, embora o seu discurso seja de inclusão social. E para que essa inclusão aconteça necessário se faz uma aprendizagem significativa, com participação ativa de todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. O professor um mediador do processo, aquele que está atento às necessidades dos estudantes, sugerindo-lhe caminhos na construção do conhecimento. É papel do professor mediar processos de construção de saberes e competências contribuindo para o florescer de seres autônomos, independentes, autodidatas. Para tanto precisamos de professores com habilidades de autoria, inovadores e audaciosos, capazes de transformar a infraestrutura da comunidade em que atua através da consciência crítica de seus moradores, fazendo-os refletir sobre o seu entorno, seus direitos e deveres de cidadãos. Seres capazes de dialogar e negociar, de forma comprometida, participando ativamente das tomadas de decisões. E basta conseguirmos esse feito com uma geração, porque aprendizagem e desenvolvimento são instâncias interdependentes. Precisamos de uma aprendizagem significativa, para que se possa internalizá-la e fazer uso em seu contexto.

Nossos estudantes precisam saber fazer levantamento de material necessário para sua pesquisa, fazer a seleção desse material levantado, sintetizar esse material em um texto e acima de tudo saber compartilhar esse seu conhecimento construído usando os mais diversos recursos da ciência, da arte e da tecnologia para que o ensino atenda os campos cognitivo, afetivo e social. E para tal o professor tem que ter todas essas competências para poder orientar com precisão. O trabalho com projetos envolvendo as mídias e as tecnologias pode ajudar nesse processo. E poderemos dessa forma trabalhar sistematicamente de forma presencial, a distância e semi-presencial, primando pela interatividade em quaisquer das modalidades.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

MELO, Maria Taís de. Processos de objetivação e subjetivação em ambiente de EAD. Revista Acadêmica. Jan. a junh./2007. Vol.1. nº 3. Pag. 13 – 27.

UNIVERSIDADE Federal de São João del-Rei. Disciplina Metodologia da Pesquisa Científica. Pesquisa em Ciências Sociais. Unidade 1 – tópico 01. Ano 2011.

UNIVERSIDADE Federal de São João del-Rei. Disciplina Metodologia da Pesquisa Científica. Natureza do Conhecimento. Unidade 1- tópico 02. Ano 2011.

UNIVERSIDADE Federal de São João del-Rei. Disciplina Metodologia da Pesquisa Científica. Paradigmas da Ciência. Unidade 1- tópico 03. Ano 2011.

UNIVERSIDADE Federal de São João del-Rei. Disciplina Metodologia da Pesquisa Científica. Pesquisa Pedagógica. Unidade 1- tópico 04. Ano 2011.  


[1] Pedagogo com habilitação em Administração Escolar de 1° e 2° grau e Magistério das Matérias Pedagógicas de 2° grau. Professor Facilitador em Informática Aplicada à Educação pelo PROINFO - MEC NET MG2. Pós-graduando em Mídias na Educação

 

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