Hoje o mundo do trabalho confunde-se com a vida, com o jogo – “Eu quero aquele jogo de escrever” – diz a criança diante do computador, se referindo a um editor de texto. Um simples jogo, aparentemente sem pretensões, é capaz de trabalhar conjunto, quantidade, tempo, espaço, coordenação motora e visual.
Pode-se concluir que em um universo de 1000 estudantes que é o caso da Escola Municipal “Maria das Graças Teixeira Braga”, tem-se 900 estudantes com disposição para aprender; 910 estudantes com bom relacionamento interpessoal; e 830 com iniciativa. O que significa que 100 estudantes não possuem disposição para aprender; 90 estudantes não possuem um bom relacionamento interpessoal; e 170 estudantes não têm iniciativa.
Tivemos na caixa de sugestões as seguintes solicitações dos estudantes que por aqui passaram:
Ø
25 solicitações da internet na sala de
informática, incluindo o acesso a redes sociais, a e-mails,
ao google, à webcam, ao facebook, ao msn e ao youtube;
Ø
17 solicitações de novos jogos, inclusive
sete solicitam o “MineKraft”.
Ø
Há ainda solicitações de novo televisor, de
reforma do piso, atualização dos computadores, fones de
ouvido, manetes, notebooks, projetor novo, tablet e video
game.
Quanto ao MineKraft, não se tem recursos operacionais suficientes para rodá-lo aqui em nossa sala, pois trabalhamos atualmente com o Windows 98 e o Linux. Os fones de ouvido, que recebidos no ano passado, nenhum mais está funcionando. São frágeis, e muitas a pessoas utilizando, e muitas vezes sem os devidos cuidados, fazem com que não durem muito. Na sala se tem apenas uma caixa de som em funcionamento e assim mesmo de maneira precária, está ocorrendo mal contato. A única solução que se encontrou foi orientar aos estudantes que desejarem trabalhar com o som, que tragam fones de ouvido próprios, e cada um cuide do seu. A reforma do piso é uma reivindicação antiga e que se faz necessário. Os pés das cadeiras entram nos buracos do piso e caem, estragando as cadeiras, podendo machucar as pessoas e tumultuando o ambiente.
Pôde-se observar durante esse período de avaliação sistemática que as turmas mais produtivas são aquelas em que o grupo tem menos preconceitos entre si, e agem sem competitividade, são mais amigos. Estes agem com mais tranquilidade e confiança, de forma colaborativa. São menos ansiosos, porque sabem que terão a sua vez, porque confiam no grupo.
Resta-se saber como trabalhar o não preconceito e a colaboração em detrimento à competição. Talvez esses dois fatores sejam essenciais para uma melhor produtividade. Pode-se concluir também que o preconceito está diretamente ligado com a competitividade, pois é uma forma de se tirar o poder do outro, para que se tenha mais poder.
Fica a reflexão: a confiança entre os elementos do grupo poderá resultar em maior e melhor produtividade? E como trabalhar a confiança em si e nos outros dentro de um grupo?
No ano de 2012 procurou-se trabalhar nesse ambiente o tratamento da informação a partir de dados, e o cultivo da comunicação usando de diversos recursos midiáticos que as novas tecnologias oferecem. Incentivou-se sempre a autonomia e a colaboração durante todas as atividades aqui desenvolvidas.
Trabalhou-se aqui com cada estudante individualmente, de forma personalizada utilizando-se de textos, slides, quadrinhos, charges, fotografias, vídeos, filmes e jogos educativos. Atendeu-se a cada qual dentro dos seus interesses e no ritmo de cada um.
Deu-se também continuidade ao projeto Nosso Ambiente, com imagens da região da escola e nomes da rua principal e adjacentes. Já se tem no site da escola um material inicial suficiente para se trabalhar o bairro com estudantes das séries iniciais do Ensino Fundamental, no que diz respeito a dados e a reflexão do meio em que se vive.
Trabalhou-se também, esse ano, de forma mais efetiva com o Windows e o Linux, o que é um fator de riqueza para o trabalho educativo. E os estudantes passam de um sistema para outro de forma natural.
Para avaliar o trabalho realizado durante todo
o ano letivo de 2012, procurou-se observar três quesitos importantes para o
mundo do trabalho nos dias atuais:
Ø Disposição para aprender;
Ø Capacidade de relacionamento interpessoal;
Ø Iniciativa (que se confunde com a criatividade).
Nesse ano foram atendidas 38 turmas, sendo 3 turmas da Educação Infantil, 7 turmas do 1º ano, 5 turmas do segundo ano, 7 turmas do 3º ano, 6 turmas do 4º ano, e 10 turmas do 5º ano, perfazendo um total de 1.048 estudantes, dentro de uma faixa etária de 5 a 15 anos.
A partir do dia 4 de outubro, iniciou-se o processo de avaliação, de forma a ter um contato com todos os estudantes de todas as turmas com uma observação mais aguçada de final de ano. É uma avaliação por amostragem. Foram observados 559 estudantes, e isso nos é suficiente, pois não tem caráter de reprovação, tem apenas o sentido de reflexão sobre como nossa clientela está preparada para o mundo do trabalho. Fez-se dessa forma os seguintes questionamentos: Os estudantes de determinada turma,
Ø São capazes de encontrar o que desejam através de símbolos, signos e ícones; em meio a uma infinidade de programas e documentos existente no computador?
Ø São capazes de descobrir como se joga através de regras ou instruções?
Ø São capazes de descobrir a lógica do jogo, mesmo quando não se têm regras e/ou instruções?
Ø São capazes de personalizar uma configuração?
(Chamamos de jogo aqui toda e qualquer atividade no campo da informática e da mídia)
Os questionamentos acima levaram à observação dos três quesitos:
Ø Têm nossos estudantes disposição para aprender?
Ø Possuem estes mesmos estudantes um bom relacionamento interpessoal?
Ø Têm iniciativa?
Pôde-se constatar estatisticamente que:
Dos 48 estudantes da Educação Infantil, numa faixa etária de 5 a 6 anos de idade, observados, 46 estudantes (96%) possuem disposição para aprender, 48 estudantes (100%) possuem uma boa capacidade de relacionamento interpessoal, e 21 estudantes (44%) possuem iniciativa. Apenas 4% não possuem disposição para aprender, e 56% não tem iniciativa.
Dos 118 estudantes do primeiro ano, numa faixa de 6 a 8 anos, observados, 117 estudantes (99%) possuem disposição para aprender, 113 estudantes (96%) possuem uma boa capacidade de relacionamento interpessoal, e 107 estudantes (91%) têm iniciativa. Apenas 1% não tem disposição para aprender, 4% não possui uma boa capacidade de relacionamento interpessoal, e 9% não tem iniciativa.
Dos 65 estudantes do segundo ano, numa faixa de 7 a 11 anos, observados, 59 estudantes (91%) possuem disponibilidade para aprender, 51 estudantes (78%) possuem capacidade de relacionamento interpessoal, e 57 estudantes (88%) têm iniciativa. O que significa que 9% não tem disposição para aprender, 22% não possui uma boa capacidade de relacionamento interpessoal, e 12% não tem iniciativa.
Dos 75 estudantes do terceiro ano, numa faixa de 8 a 15 anos, observados, todos possuem disponibilidade para aprender, 69 estudantes (92%) possuem capacidade de relacionamento interpessoal, e 70 estudantes (93%) têm iniciativa. O que significa, 8% não possui uma boa capacidade de relacionamento interpessoal, e 7% não tem iniciativa.
Dos 113 estudantes do quarto ano, numa faixa de 9 a 15 anos, observados, 92 estudantes (81%) possuem disponibilidade para aprender, 107 estudantes (95%) possuem capacidade de relacionamento interpessoal, e 102 estudantes (90%) têm iniciativa. O que significa, 19% não tem uma boa disposição para aprender, 5% não possui uma boa capacidade de relacionamento interpessoal, e 10% não tem iniciativa.
Dos 140 estudantes do quinto ano, numa faixa de 10 a 15 anos, observados, 113 estudantes (81%) possuem disponibilidade para aprender, 119 estudantes (85%) possuem capacidade de relacionamento interpessoal, e 105 estudantes (75%) têm iniciativa. O que significa, 19% não tem uma boa disposição para aprender, 15% não possuem uma boa capacidade de relacionamento interpessoal, e 25% não tem iniciativa.
O que significa que dos 559, numa faixa de 5 a 15 anos, observados, 502 estudantes (90%) possuem boa disponibilidade para aprender, 507 estudantes (91%) possuem boa capacidade de relacionamento interpessoal, e 462 estudantes (83%) têm iniciativa. Então, podemos afirmar que, segundo esta avaliação, 10% de nossos estudantes não tem boa disponibilidade para aprender, 9% não tem boa capacidade de relacionamento interpessoal, e 17% não tem iniciativa.
Os gráficos abaixo poderão ajudar na reflexão: