ESCOLA MUNICIPAL MARIA DAS GRAÇAS TEIXEIRA BRAGA SALA DE INFORMÁTICA APLICADA À EDUCAÇÃO si@e |
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO |
Josué Geraldo Botura do
Carmo[1]
2013
Segundo Carmo (2013 s/p) vive-se em um
momento de transição e transformação. Desloca-se da cultura
modernista do cálculo para a cultura pós-moderna da simulação, e do
raciocínio lógico para a intuição, a capacidade de prever
possibilidades. Sente-se a necessidade premente de novos métodos,
novas técnicas e novos instrumentos de investigação para atender as
novas crenças e novos valores.
O professor, ainda segundo o autor, além de
poder recorrer a estudos históricos, antropológicos, sociológicos,
dentre outros, tem em suas mãos o empirismo da observação da sala de
aula em uma visão mais ampla, todo o espaço escolar e ainda a
comunidade. E essa reflexão através da análise e interpretação do
fenômeno pode vir a contribuir para um ensino-aprendizagem de melhor
qualidade. E essa reflexão da realidade social, envolvendo questões
culturais, econômicas e políticas, poderá solicitar um redesenho da
sala da aula e da escola tanto no campo físico, como no estrutural e
organizacional.
Partindo-se do fundamento socrático de que a
educação é reflexão, fica a questão: como otimizar essa reflexão? E
vem em mente uma possível resposta: através da interdisciplinaridade
que vai possibilitar uma reflexão sem limites estabelecidos. Mas
como trabalhar a interdisciplinaridade com eficiência? Talvez o
trabalho com projetos e a utilização de recursos multimídia poderão
favorecer um trabalho interdisciplinar.
Nessa perspectiva, o professor não deve
imiscuir-se com a escola. Não existe a “minha” escola e nem a
“nossa” escola, existe “a” escola. Para ser um bom educador é
essencial que não se sinta parte da instituição. Em momento algum,
desde o planejamento até a avaliação não se pode sentir-se como eu e
nem como nós. O professor para poder saber levar a reflexão deve
estar de fora, observando toda a movimentação do corpo docente,
discente e administrativo. Assim terá subsídios para questionamentos
que levam à reflexão. O fato de estar de fora poderá contribuir para
a qualidade da interferência. É uma forma de se conseguir um
trabalho com maior objetividade e em consequência disso, com menor
subjetividade. Objetividade e subjetividade são apenas modelos. O
que há são trabalhos com mais objetividade e menos subjetividade e
vice-versa.
Nessa visão o professor é um observador, é
um cientista social em constante pesquisa pedagógica: levantando
questões, formulando hipóteses, observando, recolhendo material,
fazendo tabulações, tirando conclusões e compartilhando com a
comunidade escolar, contudo sempre, sem sentir-se parte dessa
comunidade para evitar influências que podem interferir no trabalho
de pesquisa.
São os estudantes que elaboram seus projetos
escolhendo o tema do interesse de cada um, levantam questões a serem
respondidas, formulam hipóteses, recolhem material, fazem
tabulações, tiram suas conclusões e compartilham com a comunidade
escolar, utilizando dos recursos que possuem e sabem usar. O
professor observa. Observa e induz a reflexões para crescimento do
trabalho e do ser. E a avaliação nada mais é que a reflexão do
professor do quanto ele foi capaz de levar o outro à reflexão. E o
professor responde ao questionamento do estudante sempre que
solicitado. E a resposta é dada diretamente a quem perguntou, ao
interessado pela resposta. É um trabalho personalizado, com
atividades contextualizadas.
Interdisciplinaridade
A intedisciplinaridade vai muito além das disciplinas tradicionais do currículo escolar: Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia, Ciências, Artes, Física, Biologia, Química...
A interdisciplinaridade vai muito além
das ciências exatas e das ciências humanas, além do raciocínio
indutivo e dedutivo, dando ênfase ao raciocínio analógico. Se antes
se falava de uma interdisciplinaridade no campo epistemológico, no
campo da teoria, e que se pensava apenas em um currículo
interdisciplinar; hoje já se fala de uma interdisciplinaridade no
campo antropológico, no campo da prática, de ações didáticas e
pedagógicas, envolvendo tanto o plano de curso como o plano de aula.
O conhecimento é construído em uma
relação com o social, o natural e o cultural, de uma forma global,
numa rede infinita de relações complexas que lhe dá sentido e
significado. Essa consciência da realidade se constrói num processo
de interpretação dos diferentes campos do saber, daí a necessidade
da confrontação de olhares plurais na observação da situação de
aprendizagem.
Para Carlos (2013) interdisciplinaridade significa a interatividade entre as disciplinas ou áreas do saber. Há nessa metodologia cooperação e diálogo entre as disciplinas do conhecimento, na perspectiva de se responder às questões e aos problemas sociais contemporâneos.
Para Valério (2010) a
interdisciplinaridade é como um movimento que possibilita o diálogo
entre os seres humanos e os saberes. Ela favorece a abertura do
olhar em direção a um mundo cada vez mais complexo e globalizado.
Através dela pode-se fazer uma leitura de mundo que favorece a
compreensão do mundo de uma maneira integral e total, num processo
de reflexão e reformulação contínua. E essa reflexão sobre a
realidade propicia a construção de sujeitos produtores de história e
cultura.
Para Varella (2010) só se adquire
autoconhecimento e participação com o outro através da livre
expressão.
Para Ferreira (2010) a
interdisciplinaridade é a abertura ao diálogo com o próprio
conhecimento e se aprende praticando ou vivendo.
Na metodologia interdisciplinar o
conhecimento é provisório e incompleto, está sempre em construção, e
a avaliação é um processo contínuo em que a ênfase é na hipótese e
não no certo ou errado. Nessa concepção de avaliação, tanto os
estudantes, como os professores e a instituição escolar têm a
possibilidade de rever a sua prática constantemente.
TEXTO EM CONSTRUÇÃO
REFERÊNCIAS
CARLOS, Jairo Gonçalves. Interdisciplinaridade no Ensino Médio: desafios e potencialidades. Disponível em <http://cursos.unipampa.edu.br/cursos/ppge/files/2010/11/interdiscipllinaridade1.pdf>. Acesso em 3 mar 2013.
CARMO, Josué Geraldo Botura do. Pesquisa
Pedagógica. Educação&Literatura. 2011. Disponível em
<http://educacaoliteratura.com.br/index%20202.htm> Acesso em 10 Fev.
2013.
FAZENDA, Ivani Catarina Arantes.
KIECKHOEFEL, Leomar. PEREIRA, Luiza Percevallis. SOARES,
Arlete Zanetti. Avaliação e interdisciplinaridade. In:
Interdisciplinaridade. R. Interd., São Paulo, Volume 1,
número 0, p.23-37, Out, 2010. Disponível em
<http://www.pucsp.br/gepi/downloads/revista_gepi_201011.pdf>.Acesso
em 3 mar. 2013.
FERREIRA, Nali Rosa Silva. Currículo:
Espaço interdisciplinar de experiências formadoras do professor da
escola de educação básica. In: Interdisciplinaridade. R. Interd.,
São Paulo, Volume 1, número 0, p.11-22, Out, 2010. Disponível em
<http://www.pucsp.br/gepi/downloads/revista_gepi_201011.pdf>.Acesso
em 3 mar. 2013.
FUNDAÇÃO Darcy Ribeiro.
Interdisciplinaridade. Disponível em <http://www.fundar.org.br/temas/texto__7.htm>.
Acesso em 3 mar. 2013.
VALÉRIO, Rosangela Almeida. Ilustração do
texto verbal: uma leitura interdisciplinar. In:
Interdisciplinaridade. R. Interd., São Paulo, Volume 1,
número 0, p.38-46-55, Out, 2010. Disponível em
<http://www.pucsp.br/gepi/downloads/revista_gepi_201011.pdf>.Acesso
em 3 mar. 2013.
VARELLA, Ana Maria Ramos Sanchez. A
resliliência e a interdisciplinaridade. In: Interdisciplinaridade.
R. Interd., São Paulo, Volume 1, número 0, p.38-44, Out,
2010. Disponível em
<http://www.pucsp.br/gepi/downloads/revista_gepi_201011.pdf>.Acesso
em 3 mar. 2013.
[1] Pedagogo com habilitação em Administração Escolar de 1º e 2º grau e Magistério das Matérias Pedagógicas de 2º grau. Professor Facilitador em Informática Aplicada à Educação pelo Proinfo – Mec. Especialista em Mídias na Educação.
EDUCAÇÃO & LITERATURA
JOSUÉ GERALDO BOTURA DO CARMO