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EDUCAÇÃO & LITERATURA

 

JOSUÉ GERALDO BOTURA DO CARMO
O DRAGÃO ALADO

Josué Geraldo Botura do Carmo

Espírito Santo do Pinhal 1985

I

Já voo agora liberto

Além de toda ilusão

Que a mim prendia por certo,

Às telas da escravidão.

 

II

Vivia nas profundezas

Sombrias, só, a pensar,

Às voltas com as rudezas

Naquele grande pesar.

 

III

Com a saudade sem fim

Sonhei que até alcançava

Acima, acima de mim,

O mundo que eu tanto amava.

 

IV

Combate e fé sem igual,

Galguei montanhas: - Cheguei

Num vasto e imenso arrozal,

Na lama tempos fiquei.

 

 

V

Portento! – Crer não podia

A luz, naquele momento,

À minha vida acrescia

Com mais um doce acalento.

 

VI

Planava agora sobre águas

Daquele rio tão imenso,

Pra lá ficaram as mágoas

Do meu passado mui tenso.

VII

Enfim, cheguei noutra margem,

Em terra firme pisei,

Feliz, em cândida aragem,

A minha tenda firmei.

 

VIII

Saltar, correr, saltitar,

Ao léu vivia somente

Saudando tudo a cantar

Olhando a vida de frente.

 

IX

Num alto salto veloz

Pensei que estava morrendo

Mas vi em mim, ALBATROZ

Com grandes asas batendo.

 

X

Já voo agora liberto

Além de toda ilusão

Que a mim prendia por certo,

Às telas da escravidão.