EDUCAÇÃO & LITERATURA JOSUÉ GERALDO BOTURA DO CARMO |
A EDUCAÇÃO E A CONSTRUÇÃO DA ORDEM DEMOCRÁTICA
Josué Geraldo Botura do Carmo[1]Fevereiro/2002 |
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“Formar alunos com consciência democrática e internacional é a única maneira de garantir a construção de um mundo de justiça e paz” Bernardo Toro
Para Bernardo Toro, filósofo e educador colombiano, são oito as competências básicas que devem ser desenvolvidas nos alunos na atualidade:
É importante criarmos na escola um ambiente favorável para o convívio dentro do regime democrático, com base na tolerância: o respeito à diversidade cultural, formando jovens capazes de criar, em cooperação com os demais uma ordem social na qual se possa viver com dignidade. Para o autor democracia é o regime em que as leis e as normas são elaboradas pelas mesmas pessoas que vão obedecê-las, pois a ordem construída em conjunto produz liberdade. Desta forma as normas dentro de uma escola devem ser elaboradas pela comunidade escolar: alunos, pais de alunos, professores e demais funcionários. A participação na elaboração dessas normas vai fazer com que as pessoas as obedeçam e se sintam livres. As leis impostas geralmente são burladas. É importante incentivar trabalhos em grupos cooperativos dentro da escola, desenvolvendo a capacidade de se aprender a buscar soluções coletivamente. Dando liberdade para que todos se organizem em grupos e decidam o que vão estudar e como desejam trabalhar. O importante é estarmos cientes de que cada qual tem seus interesses, seus afetos, suas expectativas e suas capacidades. E cada um, em grupo deve se esforçar para atingir sua meta, e ajudar os demais participantes a atingir a sua também. É necessário estar sempre com rico material de pesquisa em mãos, dentro e fora de sala de aula, para que haja um bom rendimento. Assim estaremos formando pessoas democráticas, com capacidade de organização e decisão, capazes de buscar informações. Outro trabalho fundamental dentro da escola é o incentivo à produção de textos, se todos os dias um estudante escrever seis linhas sobre qualquer assunto, em um ano terá escrito pelo menos mil frases e em cinco anos terá um livro pronto. Para tal é preciso coerência entre políticas públicas, educação e formação de educadores. E acreditarmos que é bem melhor vivermos em um mundo com pessoas conscientes. Há um longo e árduo caminho a percorrer para se construir uma sociedade democrática. Nós da América Latina somos mestiços e temos dentro de nós a África, a América e a Europa, nada nos é estranho, porque temos tudo dentro de nós e em nossas arquiteturas, nos espaços e nos símbolos. Quando convivemos com a diversidade tornamo-nos mais tolerantes, aprendemos a ver o outro como sendo da mesma espécie e assim somos capazes de resolver os conflitos com menos violência. Quando eu sei que o meu próximo é igual a mim, eu não o mato, não o destruo, não deixo que seja pobre e nem que sinta fome. Essa convivência social se aprende e se constrói sem agressões, comunicando-se, interagindo e decidindo em grupo, cuidando de si, do seu entorno e valorizando o saber cultural. Somente com o auxilio da educação poderemos reverter esse quadro social que vivemos hoje, nos preparando juntamente com os jovens estudantes para a vivência da solidariedade e da ternura, aceitando o outro da forma como ele é. Nos norteando sempre pelos direitos humanos e sabendo que as pessoas comuns é que são capazes de criar a ordem na qual elas mesmas desejam viver, sem necessidade de iluminados e messias.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Bernardo Toro filósofo e educador colombiano PRECISAMOS DE CIDADÃOS DO MUNDO (Entrevista)
[1] Pedagogo com habilitação em Administração Escolar de 1º e 2º grau e Magistério das Matérias Pedagógicas de 2º grau. Professor facilitador pelo PROINFO - MEC
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