EDUCAÇÃO & LITERATURA
JOSUÉ GERALDO BOTURA DO CARMO |
ALGUMAS REFLEXÕES QUE PODERÃO CONTRIBUIR PARA A MONTAGEM DO PDE[1] DA ESCOLA MUNICIPAL “MARIA DAS GRAÇAS TEIXEIRA BRAGA” DO MUNICÍPIO DE SANTA LUZIA - MG Josué Geraldo Botura do Carmo[2] Agosto/2002 |
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Comumente temos ouvido falar que a sociedade industrial está dando lugar à sociedade da informação e da comunicação, que estamos vivendo a era do conhecimento, e que os países para desenvolverem-se economicamente precisam aplicar mais verbas na educação. Nessa nova sociedade as fontes de poder e riqueza vão depender da capacidade de geração de conhecimento e processamento de informação. Vemos os setores da informação e da comunicação em franco crescimento e expansão. O que representa de fato essa grande importância atribuída à educação? Por que o desenvolvimento econômico de um país hoje depende do grau de conhecimento de sua população? Para MANUEL CASTELLS (1999) mede-se hoje o nível de desenvolvimento de uma sociedade pelo seu grau de conexão. Portanto a educação tem que estar voltada para a pedagogia dos multimeios, para a capacidade de manuseio de grande quantidade de informações, na leitura e escrita de hipertextos, indivíduos que saibam buscar, escolher e desfrutar este mundo. Precisamos repensar nossos investimentos, para que não fiquemos aplicando em projetos em vão, e desperdiçando recursos físicos e humanos, num momento em que o desperdício não pode mais acontecer, porque ele representa não só pouca riqueza, como também má qualidade de vida. Coisas que hoje sabemos que precisamos para viver bem: riqueza e boa qualidade de vida, além de outras, é claro, mas não há dúvida que estes dois aspectos são básicos. LÉVY (2000) vai dizer que a interconexão dos computadores do planeta, a que ele chama de ciberespaço, tende a tornar-se a principal infra-estrutura de produção, transação e gerenciamentos econômicos. Para ele será em breve o principal equipamento coletivo internacional da memória, pensamento e comunicação. Daí a necessidade de uma educação voltada para o desenvolvimento científico e tecnológico, e para a diminuição das diferenças sociais e culturais, através da melhoria da qualidade do ato pedagógico e em investimentos em recursos informacionais, tendo em vista a importância econômica destas políticas. O importante é que as escolas estejam abertas para a incorporação de novos hábitos, comportamentos, percepções, demandas e tecnologias, cumprindo a sua função de contribuir para a formação de indivíduos capazes de exercer plenamente a sua cidadania, participando dos processos de transformação e construção da realidade, produzindo mais e gerando mais riquezas. Não necessitamos mais de uma reserva de excluídos, como no capitalismo arcaico, precisamos sim de pessoas produtivas, e tecnologia de ponta não se faz com mão de obra desqualificada. FIGUEIREDO (1995) vai dizer que a educação tem que se adaptar às necessidades das sociedades, e que os desafios atuais são muitos tanto no campo social, cultural e econômico, antes mesmo que tecnológico. A escola precisa ser reinventada, mudar seu papel de ditadora de conteúdos. Sua preocupação no momento precisa ser o de dar suporte para a autonomia do aluno, é preciso ter em vista a formação de autodidatas. Uma educação interativa, colaborativa e cooperativa, numa construção coletiva do saber. Não podemos nos esquecer que a língua e a cultura são veículos extrafronteiras promotores da economia. Estamos habituados a ouvir os discursos oficiais apenas como discursos, a prática é outra, mas agora quando os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) apontam para a necessidade da educação se posicionar na luta de frente contra as exclusões, contribuindo para a promoção e integração social, como prática efetiva, é preciso levar a sério, porque quanto mais excluídos tivermos, mais pobres seremos. Se nossos dirigentes não conseguirem compreender este novo paradigma, não se efetivará as políticas públicas voltadas para a área do conhecimento: reformas da infra-estrutura física das escolas, redirecionamento dos objetivos educacionais e capacitação de professores/as (eventos que levem o professor e a professora a reflexão, e não eventos com o objetivo de impingir a ideologia); e não haverá como o Brasil produzir mais e com melhor qualidade, ficando à margem do mercado mundial. Portanto a educação precisa realmente, se for de interesse da população brasileira, de sair deste estado de mendicância em que vivemos, de uma prática efetiva em seu dia a dia na luta de frente contra a exclusão, a favor da promoção e da integração social. Porque um país sem excluídos produz mais e é mais rico. Pessoas conscientes e participativas produzem mais, melhor, e geram mais riquezas, para o município, para o estado e para o país. Não é um pensamento romântico, é um pensamento realista e racional. E se a escola cumpriu tão bem o seu papel na exclusão social, ela terá também capacidade de promover a integração social. Para LITTO, em primeiro lugar, cada instituição educacional deve elaborar e executar a sua própria proposta pedagógica. Cada grupo de professores/as que compõem o corpo docente de uma entidade educacional tem o direito e a obrigação de traçar o plano arquitetônico da aprendizagem de sua instituição. A nossa escola tem recursos físicos, didáticos e pedagógicos suficientes para um bom desempenho no ensino-aprendizagem: temos um refeitório onde podemos possibilitar encontros e troca de experiências entre todos os elementos que compõe a comunidade escolar, temos televisores e aparelhos de vídeo cassete em todas as salas de aula, temos uma biblioteca regularmente equipada com livros, fitas de vídeos e material didático, com assuntos diversos que nem temos conhecimento, temos uma quadra de esportes e uma sala de informática, tudo ao nosso dispor. Muitos professores possuem o recurso da Internet que poderá ajudar muito no processo didático-pedagógico, se soubermos aproveitar, mesmo a escola não possuindo ainda esse recurso. São recursos ricos que talvez, por culpa da instituição, da administração ou dos professores, ou ainda, de todos juntos ou de alguns, não estão sendo explorados como poderiam. Ou pela simples falta de hábito de se trabalhar com a diversidade. A meu ver o nosso primeiro passo é o da consciência na importância da preservação física do prédio e de seus equipamentos. E o segundo passo é começarmos a pensar em como utilizar com mais freqüência e de forma mais eficaz esses recursos que estão a nossa disposição. É preciso saber aproveitar a oportunidade da elaboração desse plano em nossa escola para avançarmos em nossas questões pedagógicas, com vistas a solucionar problemas que nos afligem. Se não soubermos aproveitar esse momento, continuaremos com os mesmos tipos de problemas por mais alguns anos. O autor elabora uma lista de características que considera importantes para um ambiente de aprendizagem, que segundo ele não é uma “receita” ou um conjunto de práticas capazes de garantir o sucesso. Cada instituição elege alguns itens da lista e os trabalha com maior ou menor intensidade. Esta lista foi feita a partir de observações do autor de escolas brasileiras e do exterior, de leitura especializada e de conclaves profissionais. É um ponto de partida para a reflexão da escola de hoje. Desta forma ele diz, sem ordem hierárquica alguma, que é preciso, para traçar o plano arquitetônico da aprendizagem, respeitar os estilos individuais de aprendizagem de cada um/a, sem nenhuma tentativa de se forçar alguém a ter o mesmo desempenho em todas as áreas do conhecimento. É preciso hoje encorajar a aprendizagem profunda, a capacidade de transferir conceitos de um domínio para outro. Procurar desenvolver as competências necessárias para a sobrevivência no mundo contemporâneo, identificando problemas, acessando informações e filtrando-as, tomando decisões e sabendo se comunicar com eficácia. Ter sempre no ensino-aprendizagem uma visão transdisciplinar do mundo, enxergando e compreendendo as inter-relações entre as coisas e os fatos, pela maneira de estudar as matérias. Saber desenvolver projetos viabilizando a participação através de levantamento de hipóteses e descobertas de novos conhecimentos. Fazer uso constante de textos impressos e da multimídia, com textos em forma visual e sonora. Enfatizar o trabalho realizado em colaboração com colegas locais e à distância. Criar ambientes de aprendizagem e de trabalho ricos em apoios tecnológicos de todos os tipos. Avaliar através de portfolios montados pelos alunos/as, no decorrer do curso. José Manuel Moran, este outro autor a que faço referência abaixo, é hoje no Brasil, em minha opinião, o maior expoente que influenciará uma educação “inovadora” com o uso das novas tecnologias, não só no ensino superior onde acontece a sua experiência, mas também no ensino fundamental e médio, induzindo-nos a reflexões sobre métodos e técnicas de ensino. É um profundo conhecedor da comunicação e da educação. Atualmente exerce as funções de professor de Novas Tecnologias no Programa de Educação e Curriculum da PUC-SP, Assessor do Ministério de Educação para avaliação de cursos à distância, e Coordenador de Tecnologia da Faculdade Sumaré – SP. Este texto a que faço referência será apresentado no próximo Congresso da ABED – Associação Brasileira de Educação a Distância, de 2 a 4 de setembro de 2002 que acontecerá em São Paulo. MORAN fala de um ensino semipresencial que integra atividades docentes em sala de aula e outras em ambientes virtuais, integrando de forma equilibrada o processo ensino-aprendizagem presencial com o virtual, virtualizando o ensino presencial e presencializando o ensino a distância. Os encontros em um mesmo espaço físico vão se combinar com encontros virtuais, à distância, através da Internet. E as conexões on-line, em tempo real, vão permitir que professores e alunos falem entre si e formem pequenas comunidades de aprendizagem que poderão favorecer encontros que nos tiram do isolamento. Esses dizeres me provocam uma reflexão: não dá para se mover dentro de antigos paradigmas, é preciso se pensar em um novo paradigma, em novos métodos, novas técnicas, dentro dessa nova mentalidade de ensino. Para o autor o
objetivo tanto dos cursos presenciais como dos cursos virtuais é um só:
que os alunos aprendam. “Podem mudar algumas formas de ensinar, de
organizar a aprendizagem, as mídias, mas no conjunto os processos são
semelhantes”. A comunicação on-line vai influenciar tanto na pedagogia
dos cursos presenciais como na pedagogia dos cursos à distância. Estamos
assistindo a uma convergência de métodos e técnicas de
ensino-aprendizagem nestas duas modalidades de ensino. E a meu ver uma
avaliação só pode ser “eficiente” se tiver cunho ideológico, se eu
souber exatamente qual o resultado que quero do produto sem me preocupar
com o desenvolvimento individual, com as qualidades de cada aluno e de
cada aluna. Se eu quero um tipo de indivíduo com tais e tais
características, no final eu poderei avaliar se consegui ou não esse
tipo de indivíduo, mas se o que eu quero é que cada um tenha o
desenvolvimento dentro de suas próprias expectativas, aí então me foge
esse poder de avaliar. Há uma dimensão inavaliável dentro de todo o
processo educativo. E essa talvez seja a dimensão mais significativa.
Daí a avaliação através de portfolio ser a mais adequada. Temos que ter em vista que precisamos educar para o presencial e para o virtual, para a possibilidade de se continuar aprendendo em ambientes virtuais, acessando páginas na Internet, pesquisando textos, recebendo e enviando mensagens, discutindo questões em fóruns ou em salas de aula virtuais, divulgando pesquisas e projetos.
A Internet vai nos possibilitar a
flexibilização da forma de organização de momentos de sala de aula e
momentos de aprendizagem virtual de forma integrada e alternada.
Precisamos criar a cultura da educação on-line dentro das instituições
educacionais tanto com os professores e as professoras, como com os
alunos e alunas. A instituição precisa apoiar os professores e as
professoras mais familiarizados/as com as tecnologias e que se dispõem a
experimentar e ir criando a cultura do virtual. Não podemos mais continuar com essa mentalidade conteudista que estamos habituados, a ênfase agora deve ser no aluno individualmente e na interação do aluno com o professor sempre tendo em vista a construção do conhecimento, buscando um equilíbrio do individual com o grupal, num processo cooperativo, aproximando o pensar do viver. Somente podemos educar para a autonomia através de processos fundamentalmente participativos, interativos e libertadores, respeitando as diferenças, incentivando, apoiando e orientando. As mudanças na educação dependem, mais do que das novas tecnologias, de educadores, gestores e alunos maduros intelectual e emocionalmente. Pessoas curiosas, entusiasmadas e abertas, capazes de motivar e dialogar. Focando a aprendizagem pela experiência/ação e reflexão: desenvolvendo projetos, buscando solucionar problemas, incentivando a pesquisa, a comunicação e a análise de significados, garantindo uma aprendizagem significativa através da integração do presencial com o virtual. MetodologiaNum primeiro momento é preciso nos conhecermos, criar laços, mapear os grupos, as pessoas, organizar o processo de ensino-aprendizagem, a seqüência das leituras, as atividades, as pesquisas individuais e de grupo, o cronograma, a metodologia. Depois desses contatos pessoais podemos ir ao virtual e aproveitar as suas vantagens: flexibilidade de tempo e de lugar para acessar. Os grupos podem com facilidade criar o seu espaço de comunicação para troca de resultados. Em um terceiro momento, podemos voltar a nos encontrar novamente, fisicamente, para um aprofundamento dos resultados obtidos no virtual, fazendo sínteses para podermos partir para uma nova etapa de aprendizagem, sempre envolvendo os alunos/as, com prática, leitura e reflexão. O curso deve ser planejado como um todo, e estar aberto para incorporações que se fizerem necessárias, para que possamos valorizar as qualidades dos alunos. Nas primeiras aulas o importante é motivar os alunos para o curso, criar boas expectativas, estabelecer laços de confiança e organizar o processo de aprendizagem. Esses primeiros encontros devem ser agradáveis, interessantes e cativantes. E isso não depende somente do professor ou da professora, mas de toda a instituição. Os alunos e as alunas precisam antes de tudo acreditar que vale a pena participar desse processo de aprender juntos. E os professores e professoras precisam acreditar que estão também, durante o curso, num processo de aprendizagem. Podemos usar as novas tecnologias para uma boa apresentação do curso através do PowerPoint ou outros recursos da informática, inclusive a Internet. O importante é que se crie um clima de apoio, de incentivo e de afeto. Depois das primeiras aulas presenciais, podemos marcar uma primeira leitura virtual de um texto e o início da primeira pesquisa. Os alunos lêem o texto e compartilham suas observações com o grupo. Voltamos depois ao presencial para aprofundamento das questões. O ritmo do presencial-virtual depende de cada professor e do grau de maturidade da turma. Equilibrando o presencial com o virtual poderemos alcançar bons resultados a um custo menor de deslocamento, perda de tempo, além de uma maior flexibilidade de gerenciamento da aprendizagem. O grande desafio educacional hoje em todo o mundo é o aprender a ensinar e a aprender integrando ambientes presenciais e virtuais. Encerro este artigo com duas citações que achei importantes do próprio autor: É importante neste processo dinâmico de aprender pesquisando, utilizar todos os recursos, todas as técnicas possíveis por cada professor, por cada instituição, por cada classe: integrar as dinâmicas tradicionais com as inovadoras, a escrita com o audiovisual, o texto seqüencial com o hipertexto, o encontro presencial com o virtual. (MORAN) Cada curso, cada professor vai fazer isso de forma semelhante e ao mesmo tempo diferente. Não podemos padronizar e impor um modelo único do presencial-virtual. Cada área do conhecimento precisa mais ou menos do presencial. É importante experimentar, avaliar e avançar até termos segurança do ponto de equilíbrio na gestão do virtual e do presencial. Creio que a área de humanas e a de exatas ou biológicos não podem, em princípio, seguir o mesmo esquema. O ponto de equilíbrio entre o presencial e o virtual pode ser diferente. (MORAN) Deixo a conclusão a cargo de cada leitor, uma vez que este trabalho tem apenas o objetivo de contribuir para a reflexão de como deveremos conduzir o ensino-aprendizagem em nossa escola. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
INDICADORES DE UMA ESCOLA MODERNA...UM "CHECKLIST" FREDRIC M. LITTO
SCHOOL OF
THE FUTURE, UNIVERSITY OF SÃO PAULO PEDAGOGIA INTEGRADORA DO PRESENCIAL-VIRTUAL Texto que será apresentado no próximo Congresso da ABED – Associação Brasileira de Educação a Distância, em setembro de 2002.
José Manuel Moran
A EDUCAÇÃO NA LUTA DE FRENTE CONTRA AS EXCLUSÕES: PROMOÇÃO E INTEGRAÇÃO SOCIAL, COMO PRÁTICA EFETIVA (DISCURSO ROMÂNTICO OU NECESSIDADE DE FATO?)
JOSUÉ GERALDO BOTURA DO CARMO Maio/2002 <http//:planeta.terra.com.br/educação/josue> BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental. Introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais: MEC, 1998, 21. BRUSQUE. Projeto Político Pedagógico de Informática Aplicada à Educação da Rede Municipal de Ensino de Brusque – SC e-mail: prefeitura@brusque.sc.gov.br Praça das Bandeiras, 77, Centro. CEP: 88.350-050 – Brusque – SC Fone: (0xx47) 251 – 1833 CASTELLS, Manuel. Folha de São Paulo – Folha Mais! – São Paulo, 23 de Maio de 1999. _____________O Estado de S. Paulo – São Paulo 17 de outubro de 1999. FIGUEIREDO, A. Dias de. O Futuro da Educação perante as Novas Tecnologias. Departamento de Engenharia Informática Universidade de Coimbra.Resposta, enviada por correio electrónico, às perguntas da jornalista Paula Banza, da revista Forum Estudante. Só parcialmente reproduzida na revista.Coimbra,5 de Novembro, 1995. LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 2000. p.167 PRETTO, Nelson. Educação e inovação tecnológica: um olhar sobre as políticas públicas brasileiras. Texto produzido a partir das pesquisas do autor Educação e Novo milênio: as novas tecnologias da comunicação e informação e a educação e Tecnologias da Comunicação e Educação durante o pós-doutoramento do autor no Centre for Cultural Studies/Goldmiths College [1] Plano de desenvolvimento da escola [2] Pedagogo com habilitação em Administração Escolar de 1º e 2º grau e Magistério das Matérias Pedagógicas de 2º grau. Professor Facilitador em Informática Aplicada à Educação pelo PROINFO – MEC – NTE MG2
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