EDUCAÇÃO & LITERATURA
JOSUÉ GERALDO BOTURA DO CARMO |
EDUCAÇÃO INOVADORA[1] Josué Geraldo Botura do Carmo[2] Janeiro/2002 |
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“Aprender é passar da incerteza a uma certeza provisória que dá lugar a novas descobertas e a novas sínteses”.
Moran Educar é ajudar o outro na construção da sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional - do seu projeto de vida, no desenvolvimento das habilidades de compreensão, emoção e comunicação, tendo sempre em mente que a vida é um processo permanente de aprendizagem, para que possamos encontrar nossos espaços pessoais, sociais e de trabalho, tornando-nos cidadãos realizados e produtivos, através da aquisição de capital humano o qual é medido pelo grau de poder de influência que exercemos sobre os outros. É o nosso valor pessoal e social. Seremos mais requisitados quando percebidos como pessoas ricas, equilibradas e competentes. A partir daí vamos construindo redes de comunicação pessoal, interpessoal e grupal, dentro da família, do trabalho, ideologicamente. É importante sabermos examinar a nossa credibilidade, que seria como as pessoas nos vêem, a nossa competência, que seria os campos em que somos reconhecidos, e a nossa comunicação que é a nossa capacidade de troca, de intercâmbios. O aprendizado se faz através das coisas, das pessoas e das idéias que vemos, ouvimos, sentimos, tocamos, experimentamos, lemos, compartilhamos e sonhamos. Aprendemos na família, na escola, no trabalho, no lazer. O trabalho do educador é o de integrar em novas sínteses o real e o imaginário, o presente e o passado olhando para o futuro. É fazer despertar a ciência, a arte e a técnica, a razão e a emoção. Toda situação pode nos ajudar a ampliar nosso saber, nos dando novas informações, ampliando nosso conhecimento, confirmando o que já sabemos ou nos ajudando a rejeitar determinadas visões de mundo. Necessitamos de um equilíbrio entre a flexibilidade e a organização, termos liberdade diante da hierarquia e das normas, adaptando-nos às diferenças individuais, respeitando os diversos ritmos de aprendizagem, integrando as diferenças locais e os contextos culturais. Sabendo gerenciar os tempos, os conteúdos, os custos, estabelecendo os parâmetros fundamentais. É importante sabermos adaptar os programas previstos às necessidades dos alunos, criando conexões com o cotidiano, com o inesperado. Precisamos fazer da sala de aula uma comunidade de investigação, aonde vamos construindo o conhecimento em um equilíbrio entre o individual e o grupal, entre o professor-coordenador-facilitador e os alunos-participantes ativos. Aula-pesquisa, onde professor motiva, incentiva, dá os primeiros passos para sensibilizar o aluno para o valor do que vamos fazer, para a importância da participação do aluno neste processo. Aluno motivado e com participação ativa avança mais, facilita todo o nosso trabalho. Com as novas tecnologias na educação amplia-se o espaço de aprendizagem que extrapola o da sala de aula. O professor pode estar em contato permanente com seus alunos através da Internet. Há uma possibilidade cada vez mais acentuada de estarmos todos presentes em muitos tempos e espaços diferentes. Alunos e professores podem agora se encontrar fisicamente ou virtualmente de acordo com a necessidade. Uma parte da pesquisa pode ser feita "ao vivo" (juntos fisicamente); outras, "off line" (cada um pesquisa no seu espaço e tempo preferidos). Ao vivo, o professor está atento às descobertas, às dúvidas, ao intercâmbio e ao tratamento das informações. Ajuda, problematiza, incentiva, relaciona. Temos a clara sensação que em nossas aulas convencionais temos perdido muito tempo e a produção tem sido muito pequena. Desmotivação e pouco aprendizado têm sido o resultado. Necessitamos de uma forma de ensinar mais compartilhada, com profunda participação dos alunos, individual e grupal, com flexibilidade de espaço e de tempo, com menos conteúdos fixos e processos mais abertos de pesquisa e de comunicação. As informações estão dadas de forma rápida e atraente. Cabe ao professor ajudar o aluno a interpretar os dados, relaciona-los e contextualizá-los. Só aprendemos quando a informação faz parte de nosso contexto pessoal – intelectual e emocional, e o conhecimento que é elaborado a partir da própria experiência é mais forte, e é definitivo. O professor precisa ser competente, conhecer a matéria e estar atualizado. Saber se comunicar, motivar a turma, explicar o conteúdo, mantendo sempre o grupo atento, entrosado, cooperativo e produtivo. É preciso valorizar mais a busca, numa forma democrática de pesquisa e de comunicação que os resultado pronto. “As mudanças na educação dependem também de termos administradores, diretores e coordenadores mais abertos, que entendam todas as dimensões que estão envolvidas no processo pedagógico, além das empresariais ligadas ao lucro; que apóiem os professores inovadores, que equilibrem o gerenciamento empresarial, tecnológico e o humano, contribuindo para que haja um ambiente de maior inovação, intercâmbio e comunicação”. Necessitamos na educação de uma comunicação autêntica entre professores e alunos, administradores e comunidade. Criarmos ambientes mais significativos de confiança e cooperação. O mundo hoje necessita de pessoas livres e autônomas nas empresas e nas escolas capazes de modificar as estruturas autoritárias do ensino escolar e gerencial. Uma educação de qualidade pressupõe hoje uma organização inovadora, aberta e dinâmica, com um Projeto Pedagógico participativo, com docentes bem preparados intelectual, emocional e eticamente, com boa remuneração e boas condições de trabalho. Com espaço para uma relação efetiva entre professores e alunos, permitindo que os professores conheçam seus alunos e possam acompanhá-los e orientá-los. Que haja uma infraestrutura adequada, atualizada, confortável com tecnologias acessíveis, rápidas e renovadas. E que os alunos sejam motivados, preparados intelectual e emocionalmente, com capacidade de gerenciamento pessoal e grupal, enfim integrando todas as dimensões do ser humano de forma equilibrada: o sensorial, o racional, o emocional, o ético, o pessoal e o social. A educação é um processo permanente, porque nunca acaba, paciente, porque os resultados nem sempre aparecem imediatamente e sempre se modificam, e confiante porque temos que ter uma atitude positiva diante da vida, do mundo e de nós mesmos. É um processo afetuoso, impregnado de carinho, de ternura, de compreensão. Quando nos sentimos apoiados, incentivados, somos capazes de explorar novas situações, novos limites, de se expor a novas buscas.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Mudar a forma de ensinar e de aprender com tecnologias
José Manuel Moran
Ensino e educação de qualidade (?) Idem. Caminhos para a aprendizagem inovadora Idem. [1] Termo usado pelo Professor José Manuel Moran [2] Pedagogo com habilitação em Administração Escolar de 1º e 2º graus e Magistério das Matérias Pedagógicas do 2º grau. Professor Facilitador pelo PROINFO – MEC. |