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EDUCAÇÃO & LITERATURA

JOSUÉ GERALDO BOTURA DO CARMO

 

GRAU DE CONEXÃO & NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO

Josué Geraldo Botura do Carmo[1]

Novembro/2001

 

 

 

 Este artigo foi concebido a partir de duas entrevistas concedidas por Manuel Castells a dois jornais: Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo nos meses de maio e outubro de 1999, respectivamente. Para ele, hoje se mede o nível de desenvolvimento de uma sociedade pelo seu grau de conexão. Tomei alguns pontos de sua fala na entrevista que pensei ser essencial para reflexão dos educadores neste momento em que necessário se faz repensar nossos investimentos.


Segundo CASTELLS, a sociedade da informação é uma sociedade em que fontes de poder e riqueza dependem da capacidade de geração de conhecimento e processamento de informação: interação entre recursos humanos, infra-estrutura tecnológica e inovação organizacional e estrutural. De forma geral todas as sociedades hoje estão conectadas globalmente em redes de informação que condicionam toda a sua dinâmica, algumas mais, outras menos. Afirma ele que há uma defasagem entre a capacidade cultural das pessoas e a riqueza de informação. A abertura ao mundo de toda a informação universal é uma possibilidade extraordinária, que está mudando nossas vidas e nosso imaginário. Cabe ao sistema educativo proporcionar pessoas com capacidade de buscar, escolher e desfrutar este mundo.
 
 Para ele duas grandes mudanças tecnológicas estão transformando as condições materiais de nossa existência: o salto das atuais tecnologias da informação para as tecnologias de rede ou de conectividade, com a integração em um único sistema interativo dos diversos meios de comunicação: Internet, TV, vídeo, áudio e computador pessoal; e a aceleração da engenharia genética. E ainda a convergência entre as duas revoluções – tecnologias das comunicações e biologia, numa interação plena entre cérebros humanos e computadores.

Para o entrevistado o verdadeiro poder é global, mas não se pode pensar unicamente em termos globais, porque as questões se tornam muito abstratas. Precisamos pensar localmente, começando por discutir: quem sou, onde vivo, o que quero fazer, qual a minha identidade e a minha história. Só depois de bem claras e enraizadas essas respostas poderemos começar a agir no sentido de produzir mudanças globais, a partir dos interesses e valores individuais, com a consciência de que o resultado dessas ações poderá afetar o global, mesmo que muitas vezes isso seja um processo lento e de vitórias em batalhas locais. 

Para ele transformar a mídia num sistema de comunicação autônomo, responsável e educativo é a batalha política mais importante de nosso tempo.

 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Folha de São Paulo – Folha Mais! – São Paulo, 23 de Maio de 1999.

Entrevista com Manuel Castells

O Estado de S. Paulo – São Paulo 17 de outubro de 1999.

Entrevista com Manuel Castells


 

[1] Pedagogo com habilitação em Administração Escolar de 1º e 2º graus e Magistério das Matérias Pedagógicas do 2º grau. Professor facilitador em Informática Aplicada à Educação pelo PROINFO – MEC.