EDUCAÇÃO & LITERATURA
JOSUÉ GERALDO BOTURA DO CARMO |
A INFORMATIZAÇÃO E ALGUNS PONTOS A SEREM QUESTIONADOS Josué Geraldo Botura do Carmo[1] Fevereiro/2002 |
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Segundo a autora existe um movimento no Brasil para se introduzir a informática nos espaços de trabalho, da família e das instituições educacionais na esperança de um rejuvenescimento das instituições. Em 1997 o MEC iniciou a implantação do PROINFO – Programa Nacional de Informática na Educação com o objetivo principal de incorporar de forma adequada as novas tecnologias da informação nas escolas públicas. A preocupação com a exclusão de alguns segmentos do círculo da informatização fez com que se organizasse um grupo não governamental denominado "Comitê para Democratização da Informática" (www.alternex.com.br/~cdi/). Esta organização gerencia pedidos e doações de equipamentos e programas para computador. Para a autora ao mesmo tempo em que essa evolução científico-técnica liberta o homem de inúmeros limites, ela não garante uma sociedade emancipada da pobreza. Essa tecnologia tem se voltado geralmente para a concentração de rendas. E o capitalismo, tutor desse avanço técnico não tem conseguido cumprir algumas tarefas sociais. A Internet tem possibilitado a criação de novos cruzamentos intelectuais e institucionais capazes de produzir um efeito político e de expandir a sociedade civil, além de ser um espaço para publicações alternativas, independentes de filiações a escolas ou gêneros. Para a autora todo esse movimento em torno do meio eletrônico é polêmico e nos exige uma postura crítica. À primeira vista a Internet parece colaborar para a democratização da cultura. Espaço de produção e leitura com mais de 150 milhões de usuários em todo o planeta, aberto a múltiplas culturas e tradições, independente de raça, religião, estatuto social e econômico. As culturas embaraçam-se, entrecruzam-se, coabitam o mesmo espaço compondo um quadro multicultural. Contudo o usuário da Internet é o público alfabetizado e acadêmico. E o espaço da Internet é autoritário na medida em que a língua inglesa ocupa um lugar privilegiado, embora haja já grupos buscando antídotos para esse mal como Letralia (http://americadelsur.com/letralia) que é uma revista hispano-americana fundada em 1996 que publica livros eletrônicos em todos os gêneros de autores de fala hispânica, e ainda publica outros textos em espanhol independente da língua original em que foram produzidos. Dessa forma inicia-se um processo de internacionalização de bens culturais navegando em mão dupla, sem a imposição mercadológica dos países desenvolvidos aos países em desenvolvimento. No Brasil, os estudos sobre as modernas tecnologias e a literatura estão apenas começando. No ano 2000 contávamos com 5,8 milhões de internautas hoje devemos estar na casa dos 8 milhões. É verdade que as novas tecnologias reduziram relativamente o quadro de funcionários em algumas empresas, mas também permitiram o crescimento da produtividade do trabalho, criaram novas ofertas de trabalho, novas profissões como gestores de mudanças, webmasters, web designers, site acquisitors, hacker de segurança, help desk e outras funções. E criou ainda um espaço de heterogeneidade de produções, independente das imposições mercadológicas. Nesse momento temos que pensar mais do que nunca na nossa organização cultural, social e política e colocarmos na Internet o que temos produzido em literatura para criarmos alternativas de leitura aos falantes e/ou leitores em língua portuguesa, compartilhando dos espaços internacionais e divulgando nossas particularidades.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA O poder dos gestos:questões político-culturais sobre a utilização da Internet
Adair de Aguiar Neitzel [1] Pedagogo com habilitação em Administração Escolar de 1º e 2º grau e Magistério das Matérias Pedagógicas de 2º grau. Professor Facilitador pelo PROINFO – MEC. http://planeta.terra.com.br/educacao/josue
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