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EDUCAÇÃO & LITERATURA

JOSUÉ GERALDO BOTURA DO CARMO

 

AS NOVAS TECNOLOGIAS E UMA VISÃO

INOVADORA DA EDUCAÇÃO

Josué Geraldo Botura do Carmo[1]

Janeiro/2002

 

 

 

 

Partindo do princípio de que educar é colaborar para a transformação da vida em processo permanente de aprendizagem, ajudando na construção da identidade, do caminho pessoal e profissional, vemos hoje uma mudança de qualidade no processo de ensino/aprendizagem com a integração das novas tecnologias dentro de uma visão inovadora. 

O educador tem muitas opções metodológicas para organizar sua comunicação com os alunos e cada qual pode encontrar a forma mais adequada de integrar estes métodos às várias tecnologias, e é importante que esteja aberto para ampliar o domínio das formas de comunicação interpessoal/grupal e as de comunicação audiovisual/telemática para que possa diversificar as formas de dar aula, de realizar atividades e de avaliar. 

Tanto nos cursos presenciais como nos cursos à distância a Internet pode ser uma grande aliada no processo de ensinar e de aprender. A princípio é preciso estabelecer uma relação empática com os alunos, procurando conhecê-los, mapeando seus interesses, formação e perspectivas futuras. É fundamental a forma de se relacionar com os alunos, para o processo pedagógico. Descobrir as competências de cada aluno, quais as contribuições que podem dar ao curso. O projeto de curso deve estar aberto para avançar da forma mais rica possível em cada momento. O aluno precisa perceber o que vai ganhar ao longo do curso, precisa sentir que vale a pena estarmos juntos nesse processo. Motivado para aprender, para avançar, para a importância da participação. É importante que se crie uma página pessoal na Internet para que além do espaço presencial, haja também um espaço de encontro virtual. Há uma ampliação do papel do professor, de informador, que dita conteúdos, passa a ser um orientador da aprendizagem, um gerenciador de pesquisa e comunicação dentro e fora da sala de aula.

Fazer com que os alunos dominem as ferramentas da WEB, que aprendam a navegar e que todos tenham seu endereço eletrônico e façam uso dele, enviando e recebendo mensagens. Se houver interação real na sala de aula provavelmente haverá também no virtual. 

Uma parte das aulas pode ser transformada em processos contínuos de informação, comunicação e de pesquisa, momento em que se constrói o conhecimento. O papel do professor é de motivar, incentivar e dar os primeiros passos para sensibilizar o aluno para o valor da pesquisa  e a importância da participação no processo. O aluno motivado e participativo facilita o trabalho do professor.
 

Os temas fundamentais devem ser trabalhados no coletivo, ao passo que os secundários devem ser trabalhados mais individualmente ou em pequenos grupos, incentivando a constante troca de informações, a comunicação dos resultados que vão sendo obtidos, socializando os achados. O aprendizado aqui se faz através da colaboração e da cooperação. Os alunos comunicam os resultados da pesquisa e o professor os ajuda a fazer a síntese do que foi encontrado. É o professor atuando como coordenador, motivador e elo de união do grupo. E o aluno como co-pesquisador, responsável pela riqueza, qualidade e tratamento das informações coletadas. 

“O professor procura ajudar a contextualizar, a ampliar o universo alcançado pelos alunos, a problematizar, a descobrir novos significados no conjunto das informações trazidas. Esse caminho de ida e volta, onde todos se envolvem, participam - na sala de aula, na lista eletrônica e na home page - é fascinante, criativo, cheio de novidades e de avanços. O conhecimento que é elaborado a partir da própria experiência se torna muito mais forte e definitivo em nós”.

A tecnologia por si só não garante a comunicação, a participação. O que precisa ser mudado é o modelo de educação. A tecnologia é apenas um apoio para maior intercâmbio. Cabe ao professor estabelecer com seus alunos relações de parceria na aprendizagem. O foco da educação está na interação humana, seja ela presencial ou virtual. Talvez a barreira mais difícil de ser derrubada no processo pedagógico seja a cultura da imposição e do controle. A mudança mais séria deve vir dos professores, que devem estar prontos a dialogar e aprender com os alunos. Isso custa muito aos adultos que sempre querem ter a última palavra. Precisamos trabalhar com múltiplas visões, tentando relativizar o nosso conhecimento, termos consciência de que estamos construindo algo provisório. Aprendo com o que o outro me traz.

O papel do professor é ajudar na aprendizagem de conteúdos e ser um elo para uma compreensão maior da vida. Isso não depende da tecnologia, ela poderá ser útil enquanto puder ajudar a integrar tudo que observamos no dia-a-dia  e fazermos disso objeto de reflexão. É neste aspecto que as tecnologias podem ser úteis na educação: ela permite trazer os conteúdos de forma mais ágil e devolve-los de novo ao cotidiano, possibilitando interação entre alunos, colegas e professores.

Diante da Internet precisamos saber de que forma gerenciar uma grande quantidade de informações, com qualidade, para que essas informações possam nos levar a uma maior compreensão da realidade.

     

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologia

José Manuel Moran
Doutor em Comunicação pela USP
Professor de Novas Tecnologias no Curso de Televisão da USP
(Publicado em Educacional)

 

A Internet na Educação

Entrevista para o portal Educacional

José Manuel Moran
Doutor em Comunicação pela USP
Professor de Novas Tecnologias no Curso de Pós-Graduação da ECA-USP e da Universidade Mackenzie

  


 

[1] Pedagogo com habilitação em Administração Escolar de 1º e 2º graus e Magistério das Matérias Pedagógicas do 2º grau. Professor Facilitador pelo PROINFO - MEC