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CURRÍCULO E PARTICIPAÇÃO Josué Geraldo Botura do Carmo[1] Abril/2003 |
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"Por que não avançamos na transformação do nosso trabalho? O que precisa mudar no dia-a-dia da escola?" APEOESP[2] A autora inicia seu artigo afirmando que a elaboração e implementação curriculares devem contar com a efetiva participação de docentes de vários graus, níveis e modalidades de ensino, em todas as disciplinas e séries, de forma integrada. O currículo para ela consiste na seleção, seqüenciação e dosagem de conteúdos da cultura a serem desenvolvidos em situações de ensino-aprendizagem. São expressos neste documento os conhecimentos, as idéias, os hábitos, os valores, as convicções; e ainda as técnicas, os recursos, os artefatos, os procedimentos, os símbolos, etc..., dispostos em conjuntos de matérias/disciplinas escolares e respectivos programas, com indicações de atividades/experiências para a sua consolidação e avaliação. Assim, esse conjunto de atividades desenvolvidas pela escola por série, grau, nível, modalidade de ensino e respectiva carga curricular, e ainda, os programas que dispõem os conteúdos básicos de cada componente e as indicações metodológicas, técnicas de ensino e recursos empregados para o desenvolvimento das atividades propostas consiste na organização curricular que é a organização do trabalho pedagógico. Para tanto os professores em geral devem ter, além dos conhecimentos ligados às matérias que lecionam, conhecimentos sobre currículos e programas e sua relação com questões didáticas e as raízes históricas e matrizes teóricas das concepções de educação escolar que embasam as propostas curriculares, pois estes, para a autora são fundamentos básicos do trabalho do professor. Desta forma a escola tem que investir na formação continuada de seu corpo docente, para que haja igualdade de condições nas negociações. Todo professor de qualquer área que seja deve ter uma fundamentação teórica sobre os diversos aspectos constituintes do desenvolvimento do processo pedagógico, domínio das concepções de currículo e suas implicações práticas, visão de conjunto do sistema educacional e acesso às possibilidades de solução. O ensino e a aprendizagem precisam ser vistos nas suas necessidades essenciais, que ultrapassam as paredes da sala de aula e os muros da escola. O currículo é resultado de negociações, durante processos conflituosos, devido a diversidade de idéias e concepções, inclusive e principalmente na relação pedagógica propriamente dita, no momento em que os professores redefinem a programação, respeitando as peculiaridades de cada turma, e de acordo com as possibilidades e limites dele próprio, de seus alunos e do espaço físico e recursos didáticos e pedagógicos de que dispõe. E tudo de forma flexível para que se possa ir alterando a partir das respostas e solicitações dos discentes. Construir uma escola pública de qualidade requer infra-estrutura, recursos, autonomia política, administrativa e pedagógica além de uma qualificação satisfatória de seus profissionais, pois são esses profissionais o suporte da ação educativa. É necessário repensarmos a relação da escola com a atual sociedade, o seu funcionamento e a nossa atuação profissional, dentro de uma perspectiva político-pedagógica, tendo em vista que a democratização do ensino é parte da luta pela democratização da sociedade.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA APEOESP - REVISTA DA EDUCAÇÃO - Nº 16 (Editorial), MARÇO/2003 Acessado em 27/04/03 SAVIANI[3], Nereide. Currículo – um grande desafio para o professor APEOESP - Revista da Educação - Nº 16, março/2003. Acessado em 27/04/03 [1] Pedagogo com habilitação em Administração Escolar de 1. e 2. graus e Magistério das Matérias Pedagógicas de 2. grau. Professor facilitador em Informática Aplicada à Educação pelo PROINFO - MEC - NTE-MG2 [2] Associação dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo [3] Doutora em História e Filosofia da Educação PUC/SP e Professora do mestrado em Educação na Universidade Católica de Santos. |