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EDUCAÇÃO & LITERATURA

 

O CIBERESPAÇO

 

Josué Geraldo Botura do Carmo[1]

Março/2002

JOSUÉ GERALDO BOTURA DO CARMO

 

 

 

 

A idéia de criar “textos de textos” nasceu da dificuldade de se  lidar com grande quantidade de informações. a Internet é um hipertexto planetário onde podemos navegar de informação em informação, de site em site, em tempo real, através de interfaces gráficas.O ciberespaço é um imenso hipertexto planetário, um espaço rizomático. No hipertexto digital podemos navegar sem que, aquele que o tenha concebido tenha o poder de determinar a centralidade do nosso percurso, devido a sua mobilidade e instantaneidade. O hipertexto é uma galáxia de significantes sem início determinado, composto por elementos dotados de reversibilidade, sem hierarquias e com uma abertura para produção de sentido indeterminado por se basear numa linguagem infinita. O princípio ordenador é determinado por aquele que lê. Na rede cada elemento está ligado com vários outros ao mesmo tempo, de vários modos, sempre aberto a novas possibilidades. O hipertexto eletrônico vai trazer novas possibilidades de presentificar a mensagem além da transcrição fonética. São ilustrações acrescidas às informações da escrita alfabética, são mapas que auxiliam os navegantes a se localizarem nos infinitos mares da informação. desta forma mais expressões estão sendo concebidas como “linguagem”, e  na geografia desses mapas não existe ponto de partida ou de chegada determinado, há uma rede composta por caminhos ou links, dentro da qual cada navegante traça o seu caminho.A partir do momento que não temos mais um princípio único, mas várias possibilidades de início, várias narrativas acabam sendo viáveis – a narrativa vai se formar a partir das marcas do caminho percorrido por cada leitor. O simples fato de um texto ser colocado dentro de uma rede composta de outros textos, sua existência passa a fazer parte de um diálogo complexo. Desta forma pode-se afirmar que “o hipertexto é um laboratório onde as hipóteses levantadas e sustentadas teoricamente poderiam ser testadas – não é um mero produto da tecnologia – é um modo de conceber como o conhecimento é produzido e organizado”[2]. vai nos trazer uma nova textualidade e narrativa, além de estreitar as fronteiras existentes entre o leitor e o escritor. Essa modalidade de linguagem é sem dúvida alguma o marco da revolução do pensamento humano. Abandonamos os sistemas conceptuais fundados nas idéias de margem, hierarquia e linearidade, para substituí-los pela multilinearidade, nós, links e redes. 

O uso da Internet na escola vai possibilitar que o aluno “faça o seu próprio caminho” em busca do conhecimento, e fazer do professor um orientador que esclarece e otimiza o percurso dos estudantes, assegurando o espaço necessário para que o aluno encontre o seu estilo de aprendizagem e se sinta responsável pelo próprio destino.

 

 

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

 

RIBEIRO, José Carlos S (mestrando da Faculdade de Comunicação

    da Universidade Federal da Bahia). Hipertextualidade e Teoria

    Comtemporânea.

LEMOS, André (doutor em Sociologia pela Sorbone).

CARDOSO, Cláudio (doutorando da   Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia)

PALACIOS, Marcos (doutor em Sociologia pela Universidade de Liverpool). Uma sala de aula no ciberespaço: Reflexões e sugestões a partir de uma experiência de ensino pela Internet.

 

VER TAMBÉM

O ESPAÇO CIBERNÉTICO

O ESPAÇO GEOGRÁFICO DA PÓS MODERNIDADE


 

[1] Pedagogo com habilitação em Administração Escolar de 1º e 2º grau e Magistério das Matérias Pedagógicas de 2º grau. Professor Facilitador pelo PROINFO - MEC

[2] LANDOW, G.P. Hypertext: the convergence of contemporany critical theory and technology. The John Hophgs University Press, Baltimore and London, 1992.